JUVENTUDE STD!


 

No dia 19 de março de 2018, o Papa Francisco lançou a exortação apostólica Gaudete et exsultate, sobre a chamada à santidade no mundo atual.  A partir das bem-aventuranças, o santo padre aborda ali algumas características e traços espirituais indispensáveis ao estilo da vida santa a que todos somos chamados e enfatiza aspectos da santidade que encontram eco em nossos dias. Daqui constatamos que a santidade não é exclusiva de um grupo seleto. É um chamado atual aos que querem seguir o Senhor e dia após dia terem suas vidas configuradas à Dele. “Sejam santos, porque eu sou santo!” (IPe 33,16).

No entanto, é notável um apelo à santidade da Juventude, visto que essa parcela da sociedade encerra em si a energia da força transformadora, evidente já no relato bíblico: “Jovens, eu vos escrevo porque sois fortes, a Palavra de Deus permanece em vós e vencestes o Maligno. ” (I Jo 2,14c).

Como temos no Evangelho, o Senhor chamou para si os que Ele quis (Mc 3,13). Mas é preciso reconhecer a predominância daqueles que desde a sua juventude ouviram essa voz e, com toda a força de alma e decisão, se propuseram a responder a tal chamado com a vida. Do Antigo ao Novo Testamento, saltam aos nossos olhos os nomes e o testemunho daqueles que desde a mais tenra idade se propuseram, como Samuel, a fazer de sua vida uma resposta constante: “Fala, Senhor, que teu servo escuta! ” (ISm 3,9). Houve ainda, outros “Jeremias” temerosos por serem imaturos…, mas, a seu modo e maneira, todos responderam um fiat estarrecedor como o da Virgem Maria, e ainda que questionado o “como se dará isso?”, se prontificaram: “Faça-se em mim segundo a tua palavra. ” (Lc 1,38).

Tocando a realidade de nossos dias, por mais que nos rodeiem tantos desafios e ataques aos valores cristãos, há uma urgência em mostrar para os jovens que a santidade é possível e que devemos lutar por ela. Falamos aqui da santidade cotidiana e também daquela da honra dos altares, reservada aos que desejam em tudo se assemelharem a Jesus. Aos jovens, o papa São João Paulo II exortou: “Jovens de todos os continentes, não tenhais medo de ser os santos do novo milênio! ” (Roma, 2000).

 

O jovem santo da atualidade é aquele que não se intimida diante dos pessimismos da vida e é capaz de contorná-los com alegria e bom-humor, frutos da vida de oração que rega a experiência de amor e proximidade com o Senhor na vida sacramental e nas realidades fraternas. Jesus, em sua juventude, também viveu as agruras de seu tempo, mas soube se posicionar dando prioridade às coisas do Pai (cf. Lc 2,49). 

No seio da Sagrada Família de Nazaré, Jesus aprendeu de São José e da Virgem Maria a segurança interior, a serenidade cheia de esperança, fruto da vida em Deus e a satisfação espiritual incompreensível de saber-se amado, fazendo transbordar a todos esse amor desinteressado que é contrário aos critérios humanos. Sejamos nós hoje, enquanto Igreja, outra Família de Nazaré a acolher, formar e motivar os nossos jovens no caminho da santidade.

Passados mais de vinte anos da Jornada Mundial da Juventude em Toronto, deixemo-nos impelir pelas palavras de São João Paulo II: “Fazei resplandecer a luz de Cristo nas vossas vidas! Não espereis por ser mais idosos, para vos empenhardes no caminho da santidade! A santidade é sempre jovem, como eterna é a juventude de Deus.” (Toronto, 2002).

Jovens, ao chamado à santidade, respondamos com dignidade e grandeza de alma!

Deus vos abençoe!

Padre Marcelo Eduardo, sacerdote e missionário da Comunidade Filhos de Maria

 

 

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Minha FigueiraMinha Figueira

Refletindo sobre esses 25 anos de Carisma Filhos de Maria, vem a mim a cena evangélica da entrada do Cristo em Jericó. No capítulo 19 de São Lucas é narrado o encontro de Jesus e o publicano Zaqueu. Este, baixinho, não conseguia enxergar o Messias que por ali passava. Subiu então em uma figueira comum àquela região, para poder enxergar o Salvador.

O sicômoro utilizado pelo baixinho Zaqueu não é o protagonista dessa história, mas para mim tem um relevo excepcional. Ao refletir sobre nosso Jubileu de Prata, posso arriscar em dizer que, para mim, essa figueira assemelha-se à minha vocação. Também eu, que ainda não conquistei a estatura do Cristo, precisei e preciso se ajuda para vê-Lo. 

Hoje louvo e bendigo a Deus, por ter-me dado há tantos anos a oportunidade de ver Jesus e por Ele ser visto. Sim, Ele me olhou nos olhos, amou-me e me convidou para cear com Ele. Pequeno que sou, o Bom Deus sabia que eu necessitava de ajuda. Por isso me deu um sicômoro, uma figueira bendita na qual subi há 25 anos e espero permanecer até um definitivo encontro com Ele. 

Plantado pelas mãos de minha fundadora e cultivada pelas mãos de cada irmão que passou por ele, o carisma Filhos de Maria é essa bela figueira, plantada à beira do caminho. Discreta, mas viva. Tortuosa, mas frutuosa. Pequena, mas alta o suficiente para permitir que mulheres e homens pequenos fitem e sejam fitados pelo Amor Misericordioso de Deus encarnado.

Obrigado, Senhor, pelos 25 anos da Comunidade Filhos de Maria! Gratidão à nossa fundadora, ao grupo dos primeiros e a cada membro que tocou de alguma forma essa vocação e que ainda hoje doa sua vida nele, por Amor. Sou feliz por pertencer a um povo, por ter sido olhado por Jesus e por Ele chamado, quando não tinha condições para isso. Sou feliz por ter dentro de mim a graça de um carisma genuíno no coração da Igreja. Talvez não seja coincidência que meu sobrenome, Figueiredo, signifique “lugar onde se cultiva figueira”. Sim, aquele sicômoro sobre o qual um dia subi permanece em mim, crescendo, sendo cultivado. A cada dia essa figueira me levanta e me mostra pra onde devo olhar, lembrando-me que sou pequeno, de onde venho, mas, sobretudo, recordando-me de quem me olha e a quem pertenço.

Alysson Figueiredo, co-fundador da Comunidade  Filhos de Maria