TRÍDUO PASCAL


Quinta-feira Santa e o Mandatum 

Por Padre Arley Humberto, Sacerdote, psicólogo e consagrado da Comunidade Filhos de Maria

Ao celebrar a Última Ceia, nosso Senhor nos deixou o memorial de sua paixão. O grande sinal de sua entrega foi o novo mandamento (Mandatum). 

Nós, Filhos de Maria, entendemos que amar é o cerne do nosso chamado, por isso, ao celebrarmos cada ano o Mandatum, comprometemo-nos a imitar o Cristo, amando como Ele ama.

Paixão de Nosso Senhor por Padre Arley Humberto

“Na tua intimidade,

 volve o teu olhar para o Cristo Crucificado, 

faz-lhe companhia e partilha a sua dor.” 

(Érika Vilela)

Contemplar a Paixão de Jesus é encontrar o caminho certo para a nossa salvação. Ali, com o Amor derramado por nós, descobrimos a riqueza de sua glória escondida em meio aos sofrimentos. Encontramos a vida que vence toda morte.

A Páscoa 

por Érika Vilela, Médica Psiquiatra e Fundadora da Comunidade Filhos de Maria

A Páscoa é o coração da fé e da vida da Igreja. Anualmente, somos convidados a fazer memória do mistério da Ressurreição de Cristo. É a festa da vida, a celebração da Luz. 

No Carisma Filhos de Maria, a Páscoa é vivida como a graça de uma nova criação. O homem velho morre e tudo se faz novo. Como diz Santo Agostinho: “A vida antiga na qual você experimentou o mal foi enterrada. Ressuscite para a (vida) nova! Viva bem! Viva para viver (…) de modo que, quando você morrer, não morrais” (Sermão 229E, 3). Nossos membros vivem o “Aleluia” em cada louvor comunitário, antecipando a alegria da vida eterna com Deus. 

O Aleluia e o louvor a Deus são uma só coisa. Através deles, a luz rompe as trevas, a chama da fé aquece, transforma e renova a humanidade. A certeza de que o Senhor está vivo faz cada Filho de Maria se abrir à esperança e se colocar a caminho pelas estradas do mundo para anunciar que o Amor é mais forte que a morte!

Padre Arley Humberto, sacerdote, psicólogo e consagrado da Comunidade Filhos de Maria e Érika Vilela, Médica Psiquiatra e Fundadora da Comunidade Filhos de Maria

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O que aprendemos no desertoO que aprendemos no deserto

(Texto e locução por Érika Teles)

Quando se fala em deserto logo pensamos: é um lugar quente, árido, de difícil acesso, com pouca agua, pouca comida, um lugar com muitas dificuldades. A sobrevivência no deserto é um tanto desafiadora.

Na vida espiritual, nós, cristãos, também passamos por períodos de deserto, onde Deus parece estar distante, longe, onde as dificuldades e desafios parecem cada vez maiores. Nos sentimos desanimados, tentados a todo tempo, na maioria das vezes, pensamos estar sozinhos. Porém, apesar de toda essa turbulência, se bem vivido o tempo de deserto pode ser bem fecundo. Deus nos coloca no deserto para aprendermos que não vivemos só de pão, que não somos capazes de viver sozinhos, mas que dependemos Dele. No deserto aprendemos a ser pobres e a depender Dele.

É no deserto que aparecem os demônios e é necessário combater os demônios para se assemelhar a Cristo, é Ele o nosso modelo de homem novo e de mulher nova. Tudo aquilo que me coloca em crise é deserto, mas esse deserto nos leva a um autoconhecimento e ao conhecimento de Deus. É um momento doloroso mas necessário. Sem a tentação só conhecemos a ilusão.

Portanto, no deserto aprendemos a ser mais de Deus, a confiar a Ele toda a nossa vida, aprendemos a viver o abandono e a confiança.

Érika Vilela, nossa fundadora, nos ensina que “Em grandes momentos de dor surgem grandes obras de amor, obras de paz.” Aprendemos que todo momento, por mais difícil e doloroso que seja, vivido diante de Deus é bonito. Se você vive um tempo de deserto aproveite para fazer desse tempo um tempo fecundo e para fortalecer a sua fé, confiando que apesar do sentimento de ausência, Ele, sempre está presente.

Pilares da Quaresma (1/4)Pilares da Quaresma (1/4)

Pilares da Quaresma: Oração, jejum e Caridade

(Texto e locução por Érika Teles)

“Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo” (Joel 12, 12-13).

No tempo da quaresma, período de 40 dias em que nós, católicos nos preparamos para bem vivenciarmos a festa litúrgica mais importante do calendário cristão, a Páscoa do Senhor, a Celebração de sua Ressureição. Tendo início na quarta-feira de cinzas e seu termino na quarta-feira santa, a quaresma é tempo de conversão. Somos convidados a rever nossas práticas cristãs, nosso modo de vida e a voltar o nosso olhar para o Cristo, sentido de nossas vidas. Quaresma é tempo de voltarmos para o Senhor, silenciar e viver com Ele. Para nos ajudar na vivência desse tempo tão rico e fecundo a santa mãe Igreja nos propõe os seguintes pilares: a oração, o jejum e a caridade.

Lucidez ou Loucura?Lucidez ou Loucura?

Como médico de atuação em Clínica Médica e em Medicina Paliativa há alguns anos, vivo todos os dias do meu trabalho buscando salvar vidas e a dignidade dessas vidas constantemente ameaçadas; seja na urgência e emergência, na enfermaria e unidade intensiva, em domicílios e consultórios. Nem sempre há bons resultados, enquanto é crescente o número de pessoas humanas a serem cuidadas em seus diversos tipos de sofrimentos nesses contextos. 

O que plenifica minha atuação na vida, e no trabalho não seria diferente, é o fato de ser cristão católico e leigo consagrado a um carisma: Filhos de Maria. E posso traduzir especificamente isso como uma convocação ininterrupta a ser manifestação do amor misericordioso do Pai, canal para o alívio de sofrimentos humanos e instrumento no auxílio  às pessoas a encontrar um sentido em suas vidas. De maneira especial O Sentido: Cristo. Isso é um presente, mesmo que desafiador! Ainda mais na atualidade, tempo tão cheio de necessitados desses pontos e tão carente de pessoas dispostas a esse tipo de entrega.

 A opção de assumir isso em minha vida e tocar em tantas realidades desorientadas, sofridas e muitas vezes miseráveis chega a muitos como uma postura de lucidez, já a outros, de loucura. Atitude lúcida e iluminadora porque é de quem vê a realidade, de quem sabe que todo ser humano, a começar  de mim mesmo, em algum momento  necessita dessas experiências de misericórdia, de consolo e de sentido. Já atitude louca e constrangedora por ser uma escolha de estar constantemente diante do desagradável, do angustiante, do que pode inclusive perturbar o juízo: as várias faces da dor humana. 

Tudo isso na verdade é uma missão. Não é puramente uma escolha pessoal. Se assim fosse, acredito que seria “pouco”. Na verdade é uma resposta a Deus, à vida, à humanidade. E somente por isso é possível. Cada vez mais meu trabalho deve misturar muita técnica, muita humanidade e muito carisma. E porque não muita coragem e loucura? E tem de ser assim. Ninguém merece menos do que isso!

“Nascemos aos pés da cruz para anunciar ao mundo o amor que o levou à loucura.”  (Érika Vilela)

 

Diego Ramos, missionário consagrado da Com. Filhos de Maria e médico paliativista