Category: Formação

Sê exaltado!Sê exaltado!

Santo Antônio dizia que Cristo assumiu a condição de servo (cf. Cl 2,7) Para servir ao servo, a fim de que o servo já não se envergonhasse de servir o Senhor. Quanta sabedoria há nessas palavras! A vocações Filhos de Maria encontra nela uma verdade: gloriar-se na Cruz! 

 

Tornamo-nos servos por Amor! Na Paixão do Senhor, encontramos o modelo suficiente para toda a nossa vida. Basta desprezar o que Cristo na cruz desprezou,  desejar e amar o que nela Ele amou. Morrendo na cruz, o Mestre a consagra, fazendo dela o altar em que livremente se imola. Da Cruz, instrui a todos os que creem sobre o perdão e a confiança. Ela é o Seu trono, onde não só é reconhecido como rei dos judeus, mas como Senhor universal. 

 

A cruz do Senhor ensina a santidade. Ali, Ele revela que só uma coisa é necessária: em tudo: fazer a vontade do Pai! É uma bem-aventurança própria dos Filhos de Maria e que se realiza na alegria de servir. 

 

É mistério de união com o Crucificado, que se experimenta quando se doa inteiramente tudo o que se tem e o que se é! Então, ao entrevê-Lo, quando O servimos no pobre das missões distantes, no doente sem esperança, no jovem ferido pelo caminho, no pecador que somos todos nós, podemos cantar: sê exaltado, Amor Crucificado!

Érika Vilela, fundadora da Com. Filhos de Maria e psiquiatra.

Transfigurados em TiTransfigurados em Ti

No domingo, 6 de agosto, celebramos a festa da transfiguração. Nossa fundadora, Érika Vilela, nos convida a meditarmos sobre esta festa no nosso carisma. Confira a seguir:

A Igreja se enche de alegria ao celebrar a Festa da Transfiguração do Senhor. É mister, neste ano festivo, revisitarmos esse Evangelho através do Carisma Filhos de Maria e ressaltarmos alguns caracteres essenciais desta sublime Vocação: a oração, a revelação, a missão. Jesus é o homem que ora: na escuridão da noite, ele ora; está sempre a subir ao monte para se encontrar com o Pai.

No encontro com o Pai, Ele revela sua identidade. Coberto pela nuvem, Suas vestes se tornam brancas. Por isso, ao nos consagrarmos, vestimo-nos de branco (Ap 7, 9-16), revelando nossa real identidade, já manifestando a glória que virá. Nesse momento, há uma ação trinitária. O Pai que revela o Filho, o Filho que O escuta, o Espírito que como nuvem O encobre. Há tanta beleza e esplendor nesse momento que somos tentados a permanecer no alto do monte. Mas o caminho de nossa Vocação é o do Cristo. É de descida, desce a montanha para ir ao encontro do homem ferido e do homem que O vai ferir.

Como descreveu Santo Agostinho: “Desce, Pedro, Tu desejavas descansar no monte (…) e eis que o próprio Senhor te diz: ‘desce para sofreres e servires neste mundo (…). A Vida desceu para ser levada à morte, o Pão desceu para suportar a fome, o Caminho desceu para se cansar caminhando, a Fonte desceu para suportar a sede e tu recusas a sofrer? (…) Anuncia a Verdade, alcançarás, então a imortalidade e com ela encontrarás a paz” (Sermão 78).

Érika Vilela, fundadora da Com. Filhos de Maria e psiquiatra.

Ide por todo mundo anunciar!Ide por todo mundo anunciar!

 Jesus ao dizer essas palavras disse a todo aquele que quisesse seguir. Não somente alguns escolhidos a desbravar os continentes, mas a todo coração desejoso de anunciar um novo Reino, uma nova vida. 

Também hoje, Ele nos faz esse mesmo convite. Não a alguns, mas a todos. Ouçamos o clamor da África por socorro, da Ásia, da Arábia por paz; escute as crianças não evangelizadas e que não conhecem o motivo de nossa esperança. Deixe-se alcançar pelo apelo de tantos aqui mesmo do nosso país, da nossa cidade, do nosso lado… Às vezes a terra de missão que está a clamar está na nossa casa, basta estarmos com o coração a escuta, aberto, ou melhor alargado para perceber a dor e a necessidade de evangelização do outro.

O que é ser missionário em nossa Comunidade? Em nossa Comunidade, ser missionário é todo aquele que ama e torna Jesus amado, é quem cuida das feridas do outro, quem escuta o coração que sofre, quem aconselha, quem silencia, que varre a casa de quem precisa.

Um missionário Filho de Maria serve no Amor e ama no servir. Para ele, as duas coisas estão sempre ligadas. É alguém também de anúncio, que tem a língua abrasada pelo Evangelho. Não se deixa intimidar e não teme as adversidades que acompanha aquele que se compromete com a verdade.

É uma pessoa livre, alcançada por Cristo, por isso pode compreender que missão é toda circunstância de anúncio, todo momento ou oportunidade de amar o outro gratuitamente por Jesus, em Jesus e para Jesus. Sabe que estando sempre em estado de evangelização, todo aquele que eu encontrar se torna imediatamente terra de missão. Alguém em que posso deixar o Amor de Cristo transbordar, inundar por todos os lados até que Ele se “cristifique”. Essa é a base de nossa ação missionária amar, amar, transbordar de Amor até cristificar o outro.

Quando me converti à fé católica, fiz um contrato com Jesus que a partir de então minha vida teria um chamado: Amá-Lo e torná-lo amado entre os homens, principalmente entre os mais pobres entre os pobres. E hoje isso se começa a realizar, só começa, porque não alcançamos os mais pequenos e eu ainda estou longe de ser missionária do coração de Jesus, a pobrezinha de Deus e amiga dos homens.

Espero que compreendam a riqueza que é ser missionário e não deixem perder esse desejo no coração da Comunidade jamais. Porque como ouvirão falar de Jesus aquele que nunca ouviram nada Dele se não há quem pregue! Se não há quem queira ir! Pois missão é partir!

Temo muitas vezes que a beleza da missão, do sentido da missionariedade fique oculto ou esquecido entre tantas outras realidades da vocação e que usemos máscaras de aceitação de vida missionária, de ir em missão, enquanto o coração está cheio de correntes. Está preso a si mesmo e às suas vontades, repleto muitas vezes de seus próprios projetos e não dos projetos de Deus. A sinceridade e a verdade diante de Deus são condições essenciais de um coração missionário para que seja sempre o Coração de Cristo e não o nosso a ir ao outro, pois só o coração de Jesus é capaz de curar, libertar, dar vida nova, por nós mesmos não fazemos nada, sabemos que quem tudo pode e faz é Jesus. Assim jamais temos algum mérito. Mas se acontece do coração do discípulo não ser sincero ou livre então muitas vezes a missão fica em risco e se faz necessário que os irmãos estejam atentos para não darmos aos outro nada além de Jesus! Corre-se o risco de dar-nos a nós mesmos e quando isso ocorre, mata-se aos poucos o irmão!

E na evangelização nada é mais triste! Para Jesus, compara-se a um escândalo, e seria antes melhor colocar uma pedra no pescoço e lançar-se ao abismo, a fazer cair um de seus pequeninos! Um de seus amados! Cada alma, cada pessoa tem um valor inestimável para Jesus! É solo sagrado! O ato de evangelizar deve ser feito com preparo, cuidado amoroso, em alerta, atento as necessidades do outro, mas, sobretudo em profunda unidade, de coração a coração, pensamento a pensamento, ato a ato com Jesus.

Assim sendo, nossa vida missionária é um desafio constante, porque não se faz em um momento. Não é um ano missionário; ou serei missionário durante as férias, nos fins de semana, e ainda em momentos de calamidades. Não. Como já disse, é uma vida missionária. Durmo e acordo missionário, meu trabalho ou estudo é missão, varrer a casa, levar o lixo, fazer o almoço, lavar o banheiro, partilhar o coração, ir à oração comunitária, ou liturgia das horas, pregar retiros nas comunidades rurais ou trabalhar nos projetos, servir à paróquia, viver o fraternitas, ouvir o irmão nos seus conflitos e apoia-los é missão, todo o decorrer do meu dia é missão, porque ser missionário para nós não é estado passageiro, é condição permanente da minha pertença a Cristo. Sou dEle e para Ele. Então também sou seu discípulo e missionário para todas as circunstâncias e nações.

Com esse pequeno ensinamento espero ter ajudado um pouco a formação e a vocês queridos filhos, a sentirem o grito da sede do povo clamando por evangelização dentro de si e confio que ouvireis a resposta de cada um ao apelo da Igreja: como enviar se não há quem pregue? Se não há quem queira ir? – Eis-me aqui, Senhor! Eu vou!

Deus os abençoe e os façam santos e missionários. Sobre a intercessão de Santa Teresinha e São Francisco Xavier. No Amor Misericordioso do Pai. 

Érika Vilela, fundadora da Com. Filhos de Maria e psiquiatra. 

TRÍDUO PASCALTRÍDUO PASCAL

Quinta-feira Santa e o Mandatum 

Por Padre Arley Humberto, Sacerdote, psicólogo e consagrado da Comunidade Filhos de Maria

Ao celebrar a Última Ceia, nosso Senhor nos deixou o memorial de sua paixão. O grande sinal de sua entrega foi o novo mandamento (Mandatum). 

Nós, Filhos de Maria, entendemos que amar é o cerne do nosso chamado, por isso, ao celebrarmos cada ano o Mandatum, comprometemo-nos a imitar o Cristo, amando como Ele ama.

Paixão de Nosso Senhor por Padre Arley Humberto

“Na tua intimidade,

 volve o teu olhar para o Cristo Crucificado, 

faz-lhe companhia e partilha a sua dor.” 

(Érika Vilela)

Contemplar a Paixão de Jesus é encontrar o caminho certo para a nossa salvação. Ali, com o Amor derramado por nós, descobrimos a riqueza de sua glória escondida em meio aos sofrimentos. Encontramos a vida que vence toda morte.

A Páscoa 

por Érika Vilela, Médica Psiquiatra e Fundadora da Comunidade Filhos de Maria

A Páscoa é o coração da fé e da vida da Igreja. Anualmente, somos convidados a fazer memória do mistério da Ressurreição de Cristo. É a festa da vida, a celebração da Luz. 

No Carisma Filhos de Maria, a Páscoa é vivida como a graça de uma nova criação. O homem velho morre e tudo se faz novo. Como diz Santo Agostinho: “A vida antiga na qual você experimentou o mal foi enterrada. Ressuscite para a (vida) nova! Viva bem! Viva para viver (…) de modo que, quando você morrer, não morrais” (Sermão 229E, 3). Nossos membros vivem o “Aleluia” em cada louvor comunitário, antecipando a alegria da vida eterna com Deus. 

O Aleluia e o louvor a Deus são uma só coisa. Através deles, a luz rompe as trevas, a chama da fé aquece, transforma e renova a humanidade. A certeza de que o Senhor está vivo faz cada Filho de Maria se abrir à esperança e se colocar a caminho pelas estradas do mundo para anunciar que o Amor é mais forte que a morte!

Padre Arley Humberto, sacerdote, psicólogo e consagrado da Comunidade Filhos de Maria e Érika Vilela, Médica Psiquiatra e Fundadora da Comunidade Filhos de Maria

Lucidez ou Loucura?Lucidez ou Loucura?

Como médico de atuação em Clínica Médica e em Medicina Paliativa há alguns anos, vivo todos os dias do meu trabalho buscando salvar vidas e a dignidade dessas vidas constantemente ameaçadas; seja na urgência e emergência, na enfermaria e unidade intensiva, em domicílios e consultórios. Nem sempre há bons resultados, enquanto é crescente o número de pessoas humanas a serem cuidadas em seus diversos tipos de sofrimentos nesses contextos. 

O que plenifica minha atuação na vida, e no trabalho não seria diferente, é o fato de ser cristão católico e leigo consagrado a um carisma: Filhos de Maria. E posso traduzir especificamente isso como uma convocação ininterrupta a ser manifestação do amor misericordioso do Pai, canal para o alívio de sofrimentos humanos e instrumento no auxílio  às pessoas a encontrar um sentido em suas vidas. De maneira especial O Sentido: Cristo. Isso é um presente, mesmo que desafiador! Ainda mais na atualidade, tempo tão cheio de necessitados desses pontos e tão carente de pessoas dispostas a esse tipo de entrega.

 A opção de assumir isso em minha vida e tocar em tantas realidades desorientadas, sofridas e muitas vezes miseráveis chega a muitos como uma postura de lucidez, já a outros, de loucura. Atitude lúcida e iluminadora porque é de quem vê a realidade, de quem sabe que todo ser humano, a começar  de mim mesmo, em algum momento  necessita dessas experiências de misericórdia, de consolo e de sentido. Já atitude louca e constrangedora por ser uma escolha de estar constantemente diante do desagradável, do angustiante, do que pode inclusive perturbar o juízo: as várias faces da dor humana. 

Tudo isso na verdade é uma missão. Não é puramente uma escolha pessoal. Se assim fosse, acredito que seria “pouco”. Na verdade é uma resposta a Deus, à vida, à humanidade. E somente por isso é possível. Cada vez mais meu trabalho deve misturar muita técnica, muita humanidade e muito carisma. E porque não muita coragem e loucura? E tem de ser assim. Ninguém merece menos do que isso!

“Nascemos aos pés da cruz para anunciar ao mundo o amor que o levou à loucura.”  (Érika Vilela)

 

Diego Ramos, missionário consagrado da Com. Filhos de Maria e médico paliativista

O Tempo QuaresmalO Tempo Quaresmal

O tempo da Quaresma é um convite a fazer com Cristo, um novo caminho. É preciso se decidir por adentrar neste projeto de vida nova encontrada no Senhor. Sendo assim, podemos pensar neste tempo como um grande encontro, uma via de ascese, isto é, um subir com Ele a fim de viver em perfeita alegria.

Como Jesus, devemos nos deixar ser conduzidos pelo Espírito (Mt 4 1-11), abandonarmo-nos nas mãos daquele que nos conhece e quer que sejamos santos. Essa santidade é entendida como um coração grato que se deixa modelar, que vai se assemelhando ao Senhor em uma total disponibilidade à sua ação.

Sendo assim, a oração se torna o melhor caminho para viver esse encontro. Por ela, podemos ouvi-Lo, abrir-Lhe o coração e, dessa forma, permitir que Ele nos dê um novo coração de carne (Ez 36,26-27). Um coração que se importe com o outro, que queira amar sem limites servindo sem fronteiras.

Conhecemos nossos limites, por isso, aprendemos que o jejum, a mortificação são os instrumentos que nos permitem sair de nós mesmos. Com este desejo de amar, meditamos, em cada sexta-feira, o mistério da Via Sacra, refazendo com o Cristo o caminho da Paixão, meditando com a Igreja os temas da Campanha da fraternidade. 
Pe. Arley Humberto, sacerdote, missionário consagrado da Com. Filhos de Maria e psicólogo

Mês da Palavra 2022Mês da Palavra 2022

Setembro é o mês da Bíblia.

Para nós Cristãos Católicos, é um mês especialmente dedicado à reflexão e meditação da Palavra de Deus. Sobretudo, é um mês propício para nos deixarmos tocar pela singular necessidade de adquirirmos o hábito de ler e meditar as Sagradas Escrituras. E a medida em que meditarmos, encarná-la em nossa vivência diária.

A Constituição Dogmática Dei Verbum, nos ensina acerca da natureza e objeto da revelação Divina contida nas Sagradas Escrituras, e assim podemos compreender que por meio delas o Pai quis se revelar a nós, quis nos dar a conhecer a Sua vontade. 

O mês de setembro foi escolhido pelos Bispos do Brasil para ser o mês da Bíblia, essa escolha se deu em razão da memória de São Jerônimo que é celebrada no dia 30 de setembro. São Jerônimo foi encarregado por traduzir a Sagrada Escritura para o latim.

Ao vivenciarmos este mês, somos convidados a aprofundar nosso conhecimento em relação a vontade do Pai e à centralidade de nossa fé que é Jesus Cristo.

Em Jesus, temos acesso ao Pai, Nele contemplamos o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Ele é o Messias anunciado pelos profetas do Antigo Testamento. Em Cristo nos reaproximamos de Deus e temos a oportunidade de restabelecer nossa aliança com o Pai. As Sagradas Escrituras sempre apontam para Jesus que é a nossa vida, que é a nossa paz.

Neste ano a CNBB sugere para leitura e aprofundamento a meditação do livro de Josué, com o lema: O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás” (JS 1,9). Essa proposta tem por finalidade aproximar o leitor da jornada de Josué rumo a terra prometida.

Que possamos vivenciar este mês com dedicação e empenho buscando abraçar mais essa oportunidade de conhecimento e aprofundamento nas Sagradas Escrituras.

Quer saber mais sobre o mês da Bíblia deste ano? Confira mais detalhes neste link da CNBB.

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Quaresma e sínodo: qual a relação?Quaresma e sínodo: qual a relação?

Toda a Igreja está convocada pelo Papa Francisco a percorrer o caminho rumo ao Sínodo (outubro 2023): “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Assim, ele “convida a Igreja inteira a se interrogar sobre um tema decisivo para a sua vida e a sua missão: “O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”

A Igreja de Jesus Cristo, ao longo de sua história, concretizou muitos passos e aprendizados. Foi notadamente, no Concílio Vaticano II (1962-1965), que ela percebeu com clareza que o melhor jeito de ser e de caminhar, para bem cumprir a sua missão, é o “jeito sinodal”. Não se trata de tarefa fácil, exige muita preparação e profunda conversão de todos ao projeto de Deus.

O objetivo principal deste Sínodo é refletir sobre a missionariedade da Igreja. O que o Papa Francisco deseja é uma Igreja sinodal, ou seja, uma Igreja de comunhão e missionária que deve ser construída em unidade. Uma Igreja sinodal é uma Igreja missionária.

Todos os batizados são chamados a dar a sua contribuição a esta reflexão.

Sinodalidade é o esforço coletivo e a busca contínua de aprendermos a “caminhar juntos” como irmãos e irmãs que somos. A Quaresma é um tempo propício para se colocar a escuta de Deus e retomar um caminho de intimidade com Ele.

E se nós aproveitássemos da Quaresma para viver essa escuta em comunhão com todo o povo de Deus?

Foi pensando nisso que a rede social de oração Hozana criou um itinerário de Quaresma para aprender a se escutar.

Durante este retiro nós iremos entender, junto com participantes do mundo inteiro (entre eles a Comunidade Aliança de Misericórdia, a Comunidade Recado e a Comunidade Filhos de Maria), o que significa este caminho sinodal e como nós podemos vivenciar, na prática, a comunhão, participação e missão sugeridas pelo Papa Francisco.

Clique aqui para se inscrever e venha viver esse momento de comunhão, participação e missão conosco!

Pilares da Quaresma (4/4)Pilares da Quaresma (4/4)

Pilares da Quaresma: A CARIDADE
(Texto e locução por Érika Teles)


Segundo o padre Duffé, secretário do Dicastério no Vaticano: “A caridade– ágape – é o amor que vem de Deus, nos chama e nos leva a aprender de novo a amar os outros, com respeito e humildade.” A caridade também conhecida e traduzida como amor é o ato de ofertamos ao outro muito mais do que algo material, ofertamos a nós mesmos.

Um dos vícios que mais assolam o ser humano é a ganancia, o desejo pelo ter sempre mais, com a prática da caridade, vamos moldando o nosso ser na virtude da humildade, da solidariedade, da partilha. Oferecemos ao outro, ao nosso irmão aquilo que queríamos e estimávamos tanto, vamos aos poucos nos desapegando das coisas matérias, das pessoas e vamos buscando aquilo que é essencial, a intimidade com Deus, a vida com Ele e Nele.


A caridade é um ato concreto, é a prática do amor, é o acolher a realidade de que não somos os senhores de tudo, que o que dá realmente sentido à vida é o amor testemunhado na partilha de bens, de vida. A partilha do dom do amor. Isso é caridade.


E aí, você topa doar de si nessa quaresma?

O que aprendemos no desertoO que aprendemos no deserto

(Texto e locução por Érika Teles)

Quando se fala em deserto logo pensamos: é um lugar quente, árido, de difícil acesso, com pouca agua, pouca comida, um lugar com muitas dificuldades. A sobrevivência no deserto é um tanto desafiadora.

Na vida espiritual, nós, cristãos, também passamos por períodos de deserto, onde Deus parece estar distante, longe, onde as dificuldades e desafios parecem cada vez maiores. Nos sentimos desanimados, tentados a todo tempo, na maioria das vezes, pensamos estar sozinhos. Porém, apesar de toda essa turbulência, se bem vivido o tempo de deserto pode ser bem fecundo. Deus nos coloca no deserto para aprendermos que não vivemos só de pão, que não somos capazes de viver sozinhos, mas que dependemos Dele. No deserto aprendemos a ser pobres e a depender Dele.

É no deserto que aparecem os demônios e é necessário combater os demônios para se assemelhar a Cristo, é Ele o nosso modelo de homem novo e de mulher nova. Tudo aquilo que me coloca em crise é deserto, mas esse deserto nos leva a um autoconhecimento e ao conhecimento de Deus. É um momento doloroso mas necessário. Sem a tentação só conhecemos a ilusão.

Portanto, no deserto aprendemos a ser mais de Deus, a confiar a Ele toda a nossa vida, aprendemos a viver o abandono e a confiança.

Érika Vilela, nossa fundadora, nos ensina que “Em grandes momentos de dor surgem grandes obras de amor, obras de paz.” Aprendemos que todo momento, por mais difícil e doloroso que seja, vivido diante de Deus é bonito. Se você vive um tempo de deserto aproveite para fazer desse tempo um tempo fecundo e para fortalecer a sua fé, confiando que apesar do sentimento de ausência, Ele, sempre está presente.