O Tempo Quaresmal


O tempo da Quaresma é um convite a fazer com Cristo, um novo caminho. É preciso se decidir por adentrar neste projeto de vida nova encontrada no Senhor. Sendo assim, podemos pensar neste tempo como um grande encontro, uma via de ascese, isto é, um subir com Ele a fim de viver em perfeita alegria.

Como Jesus, devemos nos deixar ser conduzidos pelo Espírito (Mt 4 1-11), abandonarmo-nos nas mãos daquele que nos conhece e quer que sejamos santos. Essa santidade é entendida como um coração grato que se deixa modelar, que vai se assemelhando ao Senhor em uma total disponibilidade à sua ação.

Sendo assim, a oração se torna o melhor caminho para viver esse encontro. Por ela, podemos ouvi-Lo, abrir-Lhe o coração e, dessa forma, permitir que Ele nos dê um novo coração de carne (Ez 36,26-27). Um coração que se importe com o outro, que queira amar sem limites servindo sem fronteiras.

Conhecemos nossos limites, por isso, aprendemos que o jejum, a mortificação são os instrumentos que nos permitem sair de nós mesmos. Com este desejo de amar, meditamos, em cada sexta-feira, o mistério da Via Sacra, refazendo com o Cristo o caminho da Paixão, meditando com a Igreja os temas da Campanha da fraternidade. 
Pe. Arley Humberto, sacerdote, missionário consagrado da Com. Filhos de Maria e psicólogo

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O que aprendemos no desertoO que aprendemos no deserto

(Texto e locução por Érika Teles)

Quando se fala em deserto logo pensamos: é um lugar quente, árido, de difícil acesso, com pouca agua, pouca comida, um lugar com muitas dificuldades. A sobrevivência no deserto é um tanto desafiadora.

Na vida espiritual, nós, cristãos, também passamos por períodos de deserto, onde Deus parece estar distante, longe, onde as dificuldades e desafios parecem cada vez maiores. Nos sentimos desanimados, tentados a todo tempo, na maioria das vezes, pensamos estar sozinhos. Porém, apesar de toda essa turbulência, se bem vivido o tempo de deserto pode ser bem fecundo. Deus nos coloca no deserto para aprendermos que não vivemos só de pão, que não somos capazes de viver sozinhos, mas que dependemos Dele. No deserto aprendemos a ser pobres e a depender Dele.

É no deserto que aparecem os demônios e é necessário combater os demônios para se assemelhar a Cristo, é Ele o nosso modelo de homem novo e de mulher nova. Tudo aquilo que me coloca em crise é deserto, mas esse deserto nos leva a um autoconhecimento e ao conhecimento de Deus. É um momento doloroso mas necessário. Sem a tentação só conhecemos a ilusão.

Portanto, no deserto aprendemos a ser mais de Deus, a confiar a Ele toda a nossa vida, aprendemos a viver o abandono e a confiança.

Érika Vilela, nossa fundadora, nos ensina que “Em grandes momentos de dor surgem grandes obras de amor, obras de paz.” Aprendemos que todo momento, por mais difícil e doloroso que seja, vivido diante de Deus é bonito. Se você vive um tempo de deserto aproveite para fazer desse tempo um tempo fecundo e para fortalecer a sua fé, confiando que apesar do sentimento de ausência, Ele, sempre está presente.

Pilares da Quaresma (2/4)Pilares da Quaresma (2/4)

Pilares da Quaresma: A ORAÇÃO
(Texto e locução por Érika Teles)


Segundo o Papa Francisco: “A oração é o respiro da fé, é a sua expressão mais adequada. Como um grito que sai do coração de quem crê e se confia a Deus.” A oração é o momento de intimidade, de encontro com Deus é o grito da alma que encontra abrigo na consolação do Senhor. Érika Vilela nos ensina que “É no espírito dessa intimidade com Deus que a Igreja nos convida a viver o Tempo Quaresmal como tempo de oração, de falar de coração a coração com o Deus vivo.”


A oração nos ajuda a vencermos a concupiscência do poder, do orgulho e da vaidade que tanto nos assola.


Quando nos abandonamos na oração reconhecemos que somos dependentes de Deus, que por nós próprios nada podemos fazer. A oração sustenta a vida do cristão, nos eleva a Deus. É na oração que nos encontramos com o nosso amigo, com o Esposo de nossas almas e ali nesse momento que podemos derramar nosso coração na certeza de que Ele nos ouve e nos acolhe. Por meio da oração somos fortalecidos e ajudados a bem viver a vida e a carregar a nossa Cruz.
Abandone-se na oração e permita o toque do A migo que te espera sempre para ouvir o clamor da sua oração. Santa quaresma!

Quarta-feira de Cinzas: o que é?Quarta-feira de Cinzas: o que é?

Damos início hoje ao tempo quaresmal, período de quarenta dias que precede à Semana Santa. A Quarta-feira de Cinzas, assim como, a Sexta-feira Santa é um dia dedicado à penitência, contrição, jejum e abstinência de carne.

Neste dia abramo-nos ao Espírito Santo, para que Ele venha auxiliar-nos na escolha das nossas penitências pessoais, e também a fazer um bom exame de consciência. De modo que, revendo como está sendo a nossa vivência cristã, sejamos impelidos a voltar ao Senhor com maior dedicação, através, da oração, do jejum e da esmola e adentrar no convite que o Bom Deus faz a nós: “Convertei-vos e acreditai no evangelho”.

Ao recebermos as cinzas bentas sobre nossa fronte, aceitemos o convite de olhar para nós e lembrarmos que somos pó e para ele retornaremos (Gn 3,19), ou seja, refletir a nossa origem e o nosso fim, a fragilidade e brevidade de nossas vidas.

Que este dia traga esperança aos nossos corações, porque, como nos recorda o Papa Francisco, “Somos o pó amado por Deus, amorosamente, o Senhor recolheu em suas mãos nosso pó,  e nele, insuflou o seu sopro de vida”.

(Texto por Letícia Fagundes | Locução por Érika Teles)